sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


E em breve novidades sobre o projecto que anda na minha cabeça há alguns tempos e que está prestes a nascer...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Avaliação Neuropsicológica

“Uma imensidão de espaço e tempo separa o que era e o que é! Não o reconheço! Pior, ele não se reconhece! Perde-se! Esquece-se! Está assustado e eu também. Às vezes, o olhar parece-me vazio! E num intervalo da dor, o olhar enche-se de vida, olha-me e diz: eu acho que preciso de ajuda!”

Este poderia ser o retrato do caso da senhora R. Começou por não mais se lembrar como é ver as horas no relógio. Alguns episódios recentes por si vividos, de um momento para o outro, pareciam não fazer já parte da sua memória. Com um humor cinzento, cabisbaixo, idade um pouco avançada, é lhe diagnosticada uma depressão pelo médico de família. Meses a fio a ser medicada e os esquecimentos a tornarem-se cada vez mais recorrentes, contrariando a leitura de que são próprios da idade! Entretanto, numa ida ao minimercado habitual, perde-se, e não sabe o caminho para regressar a casa. É aí que, um familiar, a encaminha para um serviço de avaliação neuropsicológica, suspeitando de um quadro de demência ou de alguma lesão decorrente do grave acidente de viação ocorrido dois anos antes, no qual sofreu um traumatismo cranioencefálico.
Por esta altura, a senhora R. já não era capaz de pedir ajuda. A avaliação neuropsicológica confirmou a existência de um quadro demencial e os exames realizados posteriormente não confirmaram a hipótese de que este adviesse da referida lesão. Findo um ano desde os primeiros sintomas, e a senhora R. havia deixado de ser a mãe, a amiga, a esposa, a avó, a vizinha que todos conheciam. Não podemos prever que evolução teria ocorrido se a avaliação neuropsicológica tivesse sido realizada desde o primeiro sinal. Sabemos, no entanto, que quando o corpo manifesta um indicador que se repete e que nos desperta um leve trago de estranheza naquele que tão bem conhecemos, é necessário intervir e estar dotado de conhecimento sobre as estratégias, ferramentas e metodologias que existem para poder confirmar ou despistar uma suspeita. Até porque, as suspeitas são, em muitos dos casos desta natureza, para serem levadas a sério!
Por outro lado, sabemos que há sintomas que interferem no dia-a-dia do doente e que nem sempre são observáveis através de um exame clínico, exigindo instrumentos e um processo de avaliação rigorosa para que sejam adequadamente interpretados. Aliás, como no caso da senhora M., que aos 50 anos, após ter sofrido um acidente vascular cerebral, viu despoletar em si uma série de dificuldades, ao nível da articulação de palavras e frases. Assim, realizada a avaliação, foi possível confirmar a existência deste tipo de lesões, bem como identificar outras, particularmente ao nível da interpretação do significado e conteúdo das mesmas, coisa que apenas um dos filhos havia percepcionado. Naturalmente, a partir do diagnóstico, foi ainda possível estabelecer um programa de reabilitação adaptado às necessidades de recuperação da senhora M., cenário um pouco diferente de outros casos similares.
daqui:https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=154067384692791&id=100610586705138

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O outro lado do espelho

E pensar que este ano tudo ia começar de forma diferente, que tudo iria ser visto com outros olhos mas enganei-me. E se por uma noite consegui disfarçar e esconder o que sentia, talvez encoberta também pelo álcool ingerido, e se consegui afastar determinados pensamentos e afastar-me do "espelho" maldito, hoje então tudo voltou e hoje o muro que queria construir em meu redor voltou a ruir...hoje vieram as fotos e com elas pensamentos indevidos, mágoas, tristezas e o olhar do espelho outrora tantas vezes evitado...mas há momentos em que tudo volta, há momentos em que me desfaço em que tudo se destrói em que choro porque o peito dói, arde de tristeza, como que se alguém agarrasse o meu coração e me aperta-se com força...tenho lutado, lutado todos os dias contra algo que fica dentro de mim e parece que quanto mais luto mais dói mais magoa, tento sorrir e quanto mais sorrio mais vontade de chorar vem, levanto-me e há todos os dias alguém que me derruba, levanto-me de novo, permaneço em pé e quando estou de novo na luta heis que vem algo e me atira de novo ao chão...e eu frágil já não sei mais como lutar, sinto que cada dia a luta é mais intensa e que as minhas forças se vão, na verdade estou a lutar contra mim mesma, a minha dualidade, o meu lado bom o racional e o meu lado mau o sentimental...e quando tudo parece perdido quando só me apetece chorar e fugir o que me resta?sei que iram dizer, levantar a cabeça e lutar, mas lutar como?fazer o que?preciso de respostas e não de compaixão...